inflamação

Paciente ,07 anos, sexo feminino,estudante,em atendimento no plano dentário “Dente Feliz” relatando dor. Seu responsável refere que há aproximadamente 30 minutos, a criança sofreu queda da própria altura ao brincar, desencadeando : sangramento intenso já controlado; edema em lábio superior e ausência do dente da frente que não foi achado.

HDA: Queda com trauma contuso, provavelmente com a boca aberta,desencadeando: sangramento intenso, já controlado;edema em lábio superior em formação; dor intensa com comprometimento emocional e ausência do dente incisivo central esquerdo superior, o referido dente não foi achado.
História médica: A mãe relata que a criança apresenta quadros de alergia respiratória e da pele com freqüência.
História Familiar: NDN.
História Farmacológica: A mãe relata que a criança é alérgica a conservantes e corantes , acrescenta ainda que desenvolveu quadros alérgicos severos após ingerir AAS, penicilina e amoxicilina.
Exame Físico extra-oral: Edema com formação em lábio superior com envolvimento de base de nariz e fossa canina.
Exame Radiográfico Periapical: Imagem compatível com avulsão dentária, fratura óssea-alveolar vertical e preservação do germe dentário do dente permanente.



No caso clínico em questão a criança sofre um trauma contuso com boca aberta , levando a formação de um edema no lábio superior. A contusão também é chamada de equimose,indica que ocorreu algum rompimento no interior dos tecidos , resultando em hemorragia subcutânea ou submucosa , as contusões estão muito associadas a traumatismo dentoalveolares, nestes casos , o trauma os tecidos mais profundos com vestíbulo labial aconteceu como um efeito secundário dos ossos fraturados, que no caso clínico sugerido houve uma fratura alveolar vertical indicada no exame radiográfico periapical, outro fator importante é o fato de que existe uma comunicação entre a cavidade oral e o hematoma submucoso, essa comunicação facilitaria a formação de um coágulo sanguíneo que representa um meio ideal de cultura.
Essa comunicação oral é resultado de um processo de avulsão,que é a situação mais grave que um dente pode apresentar, que é quando há o deslocamento completo do dente para fora do seu alvéolo,normalmente associada a fratura do processo alveolar.


A inflamação é uma resposta ativa do sistema de defesa do organismo a uma lesão tecidual, ela pode ser aguda ou crônica,a inflamação aguda é aquela é que surge logo após uma lesão como a do trauma dentoalveolar com poucas horas ou dias de duração, iniciando logo com a formação do edema, a crônica neste caso só surgiria com a persistência desse edema que pode ser ocasionada com a presença de uma infecção que resultaria também na agressão tecidual persistente.Quando os leucócitos liberam produtos microbicidas durante sua fagocitose no espaço extracelular , como as enzimas lisossomais , os intermediários reativos do oxigênio e os produtos do metabolismo do ácido aracdônico, esses produtos são capazes de aumentar de causar lesão no endotélio e nos tecidos e podem assim amplificar os efeitos da lesão inicial. O mastócito/macrófago pode migrar para o tecido extravascular e pode ser ativados por uma variedade de estímulos , os macrófagos ativados secretam uma variedade de produtos biologicamente ativos que , se não forem controlados, resultam em lesão tecidual. O que mais caracteriza a inflamação crônica é uma inflamação prolongada na qual a inflamação ativa, a destruição tissular e a tentativa de reparar os danos ocorrem simultaneamente. Assim o infiltrado leucocitário, se for persistente e descontrolado, pode-se tornar o agressor, logo eu tenho uma lesão tissular dependente de leucócitos. E o que dizer sobre o caso clínico? Estabeleceu-se um padrão de uma inflamação aguda uma vez que esse processo já ocorre a poucas horas,para se estabelecer um padrão de inflamação crônica seria necessário que esse processo já tivesse começado a mais dias,com uma lesão persistente decorrente de um processo infeccioso, também caracteristicamente deveria haver macrófagos agindo nessa região,uma vez que leva 48 horas para constituir o tipo celular predominante.